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Aventuras pela China, parte 3

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Embora Pequim seja uma cidade bem normal, a poluição lá é algo que assusta demais. A cidade inteira parece que fica coberta por uma camada de poeira permanente, densa, e é praticamente impossível de ver o sol. Como eu tinha ficado bem gripada antes de chegar na China, acabei precisando usar aquelas máscaras esquisitas que faziam eu parecer o Sub Zero do Mortal Kombat 🙂

Nas ruas, é bem normal ver um monte de gente usando essas máscaras (talvez não tão hi-tech quanto essa…), porque realmente é bem ruim pra respirar — e bem ruim pra caminhar também.

Então saindo do “hot pot” que a gente foi no segundo dia em Pequim, resolvemos dar um passeio rápido por perto do restaurante pra aproveitar o resto do dia, e acabamos descobrindo uma loja de bolo fofíssima e um supermercado bem bacana.

Bolo Chinês

 

Os bolos dessa loja, chamada Holiland eram muito lindos, mas não cheguei a experimentar nenhum.

Os sabores dos bolos pareciam ser bastante tradicionais – morango, pêssego, cereja -, mas eu só estou assumindo que seja isso mesmo. Pelo nome não dá pra fazer a menor idéia 🙂

Bolo Chinês Bolo Chinês Bolo Chinês

 

Um pouco depois de passar pela loja de bolo, encontramos um supermercado, onde passamos pra dar uma olhadinha.

Não sei você, mas eu tenho uma certa fixação com supermercados quando eu visito um país novo. Acho que sempre que eu viajo, acabo passando em um supermercado — e muitas vezes nem é pra comprar nada, é só pra olhar mesmo. Vai entender?

A gente tentou procurar coisas “estranhas” no supermercado por lá, mas confesso que não achamos nada. Pra ser muito sincera, não encontramos *nenhuma* comida estranha por lá — o que não quer dizer que não tenha, óbvio.

Lá você consegue encontrar a maioria das coisas que você encontraria em um supermercado no Brasil, com a diferença que lá o foco é, obviamente, no tipo de comida mais comum por lá. Então você vai encontrar vários tipos de arroz, macarrão, picles, bolinhos e frutos do mar. Mas também encontrei suco de maracujá, pães, vários tipos de comidas e bebidas importadas… tudo muito normal! 🙂

Supermercado chinês Supermercado chinês Supermercado chinês Supermercado chinês Supermercado chinês Supermercado chinês Supermercado chinês Supermercado chinês

 

A única coisa meio bizarra que a gente encontrou lá foi na hora de pagar a compra, que tinha um tipo de uma pastilha pra garganta com a foto do Kaká.

Tipo, por que o Kaká? Porque em uma pastilha pra garganta? Será que ele sabe que tão usando a foto dele mal montada em um produto esquisito chinês?

É, acho que não.

Pastilha do Kaká na ChinaEspero que vocês tenham curtido junto comigo um pouco do passeio que eu fiz. Foi bastante divertido e bem inusitado. Se você está procurando um lugar diferente pra ir, é uma opção bem interessante e bem menos esquisita do que a maioria das pessoas imaginam 🙂

 

Aventuras na China, parte 2

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Depois do excelente restaurante que fomos no primeiro dia em Pequim, no dia seguinte fomos a um restaurante bem diferente, que o pessoal chama de “hot pot” ou “panela quente”.

Basicamente você senta numa mesa que tem um buraco no meio, e dentro desse buraco tem um tipo de um fogãozinho, que o garçom liga quando você chega. Daí, ele traz um tipo de uma panelona quadrada, dividida em dois e coloca em cima desse fogão, no meio da mesa.

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Dentro da panela, tem dois “caldos” diferentes: um apimentado com tomate, pimenta e broto de bambu e outro com (eu imagino que seja) leite de soja, pepinos e cogumelos.
Daí, você espera o caldo ferver e começa a cozinhar as porções de comida que você pediu dentro desse caldo.

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A gente pediu vários tipos diferentes de carne, macarrão, batata e lotus. Então basicamente você joga esses pedaços de carne dentro do caldo, espera cerca de 5 minutos e depois “pesca” com o palitinho. Olha só que doido que é!

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Além disso, tem uma espécie de buffet de molhos, onde você pode juntar várias coisas, montar seu próprio molho e mergulhar os pedacinhos de carne cozida nele antes de comer.
O meu molho eu fiz com óleo de gergelim, vinagre balsâmico, molho de pimenta, alho frito, cebolinha e tomate. Ficou bem show!
Confesso que não estava esperando muito desse restaurante, mas achei muito bacana!

Infelizmente eu não sei o nome dos restaurantes que a gente foi na China, mas pelo menos esse do “hot pot” parece ser bem famoso. É uma ótima pedida se por algum acaso você estiver passando por Pequim e não souber onde almoçar 😉

Update: Caso alguém realmente se interesse pelo Hot Pot, o nome desse restaurante que eu fui é Haidilao (http://www.haidilao.com/). Com a ajuda do Google Translate, deu pra ver que eles tem várias unidades espalhadas por Pequim e na China, além de uma filial em Singapura. Recomendadíssimo! 🙂

Aventuras na China, parte 1

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Eu já tive vontade de viajar pra vários lugares do mundo: Irlanda, Escócia, Suiça, Dinamarca e até mesmo a Rússia. Mas nunca, nunquinha na minha vida, me passou pela cabeça que um dia eu iria visitar a China.

Como a gente estava indo para a Coréia do Sul visitar alguns amigos e iria fazer escala em Pequim, na volta pra casa poderíamos ficar por 72 horas na China sem visto. Como não é todo dia que se passa ocasionalmente por aqueles cantos do mundo, achamos que seria uma ótima idéia.

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Como eu não tinha nenhuma expectativa sobre o lugar — afinal de contas, a gente estava só passando por lá –, devo confessar que fiquei muito surpresa com a experiência no geral. Não sei como que deve ser em outras cidades, mas achei tudo muito bacana: as pessoas, os lugares e principalmente as comidas 🙂

Passamos 2 dias fazendo alguns passeios mais tradicionais, mas também fomos em vários restaurantes bem diferentes por lá. E olha, poucas vezes na vida comi uma comida *tão* gostosa e *tão* barata. Na India a comida também era  muito gostosa e barata, mas lá é muito quente e a limpeza é um tanto, digamos, duvidosa.

Ao contrário do que se pensa, os restaurantes chineses (pelo menos os que eu fui) eram bastante limpos e bem cuidados. Lógico que tinham uns que lembravam o tio do pastel do centro de SP, mas tentei ficar longe desses pra evitar problemas de intoxicação alimentar 😉

No primeiro dia, fomos em um restaurante mais tradicional e tentamos procurar o que a gente pediria por aqui num restaurante chinês — chop suey, frango xadrez, carne com cebola…

Não preciso nem dizer que não tinha nada disso, né? A gente até encontrou um frango (por sinal, deliciosíssimo), que levava legumes e amendoim, então talvez até dê pra considerar ele como “frango xadrez”. Mas fora disso, a comida em geral era bem diferente do que a gente tá acostumado a ver por aqui: nada de rolinho primavera e yakissoba.

Dá uma olhada nos pratos que a gente pediu por lá:

Macarrão com legumes e amendoim: gostoso, mas nada especial

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Salada de amendoim: ma-ra-vi-lho-sa! Já tinha experimentado aqui em Moscou antes da viagem e virei fã!

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Macarrão de arroz com molho apimentado: o macarrão era gelado (é proposital), mas o molho era uma coisa divina!

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Frango com legumes e amendoim: talvez esse seja o “original” frango xadrez. Era muito gostoso, mas bem diferente da versão brasileira — e bem mais apimentado.

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Macarrão de ovos com molho de carne: também com molho apimentado, mas esse eu não experimentei porque era de carne de porco e eu não como 🙂

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Carne com legumes, alho e molho de tomate: também delicioso, acho que foi meu favorito do dia. Era bastante apimentado e aromático. Muito, muito bom!

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Também pedimos uma porção de arroz pra cada um, e com exceção do macarrão, a gente sempre misturava um tanto da carne com o arroz e comia. Ficava bem gostoso!

Só um adendo: não acho que a comida chinesa é apimentada em geral. Tem sempre os pratos apimentados e os que são mais leves. Aqui só aparecem os apimentados porque eu AMO pimenta e eu sempre acabava escolhendo os pratos mais “quentes”, por assim dizer 🙂

E aí, você também curte comida chinesa?

Blinis

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Estamos de volta!

Como eu comentei com vocês na semana passada, fui passar 10 dias em Seoul e em Pequim por causa de um master feriado que tem aqui na Russia durante o mês de maio. Essa foi a primeira vez que visitei a Ásia “de verdade” (eu já tinha ido pra Índia num casamento ano passado, nessa mesma época) e confesso que foi uma experiência um pouco… estranha 🙂

Zebruninha em Seoul

Quando me mudei pra Russia em 2011, eu sabia que muitas coisas no meu dia a dia iriam mudar, mas como eu já falava o idioma e já tinha alguma noção de como as coisas funcionam do lado de cá, não foi muito assustador. Foi um pouco estranho também, mas pelo menos eu conseguia me entender com as coisas mais basicas como ir ao supermercado, pegar metrô e tal. Com o tempo as coisas foram se ajeitando e em questão de mais ou menos um ano eu já vivia (quase) normalmente, como no Brasil. Algumas diferenças, como o inverno, são inevitáveis. Então prefiro encará-las como uma nova skill adquirida e não como diferença no meu dia a dia. A verdade é que eu como praticamente as mesmas coisas do Brasil (menos palmito… ai, ai), faço as mesmas coisas que eu fazia em casa e não sinto falta de quase nada do meu antigo cotidiano 🙂

Só que dessa vez, eu não entendia absolutamente nada do lugar — nem língua, nem cultura, nem nada. E olha, vou dizer que não é nada fácil. Você se sente meio alien, porque além de todo o mundo olhar pra você (a gente se perguntava, brincando, como que eles sabiam que a gente era de fora 😛 ), você não entende nada do que está escrito, do que se fala e tudo o mais. Admiro muito quem se muda pra um lugar assim, porque olha, não é fácil não!

Fora isso, os coreanos e chineses são extremamente agradáveis, amigáveis (o que é algo que falta por aqui, por exemplo…) e estão dispostos a ajudar você no que for preciso — incluindo falar inglês com você –, então apesar da estranheza, me senti muito bem acolhida e recebida nos dois países.

Eu imagino que muita gente imagina essa situação no meu caso, quando digo que mudei de mala e cuia pra Russia. Parece que sim, mas não é. A língua realmente é diferente e sim, você *precisa* aprendê-la — do contrário você não consegue nem sair de casa –, a cultura é um pouco (erm… muito) estranha, mas apesar dos pesares a Russia é um lugar com um pezinho no ocidente muito mais do que se pensa (e pra dizer a verdade, mais até do que eu pensava antes de ir pra Ásia). Tudo bem que em muitos casos, o padrão “ocidental” aqui é quase tido como um luxo, mas é algo que está por todos os lugares.

Uma das primeiras coisas que eu reparei da primeira vez que vim aqui pra Russia, é que algumas comidas não são muito diferentes do que a gente está acostumado. E uma delas é blini.

Blinis

Blini, ou panquecas russas, são muito parecidas com os crepes que estamos acostumados a comer por aí e são primas próximas das nossas panquecas.
Elas são costumeiramente consumidas com sour cream e caviar, mas recheios de carne ou recheios doces também são bem comuns. Ao contrário do que a gente está acostumado, blinis salgadas raramente são servidas com molho de tomate. Blinis com carne geralmente são servidas com sour cream ou ketchup.

Sim, ketchup, meus amigos.

No outro espectro do assunto, considerando as comidas estranhas, está o costume de eles usarem ketchup como um molho “normal” pra macarrão, salada, pizza, etc… vai entender!
Por outro lado, leite condensado é super comum por aqui, e doce de leite (aka leite condensado cozido) é um recheio comum pra blini doce. Vai entender!

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Vocês aí no Brasil podem recheá-las do jeito que preferir: com doce de leite, carne, frango, frutas…
Por aqui testei um recheio de frango super gostoso e um de maçã, que já coloco a receita pra vocês. Enquanto isso, usem a imaginação! 🙂

Blinis
 
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Tempo de Preparação
Tempo de Cozimento
Tempo Total
 
Tipo de Cozinha: Russa
Serve: 6
Ingredientes
  • 3 ovos
  • 280g de farinha
  • 1 colher de sopa de açúcar (adicione mais uma se for fazer blini doce)
  • 1 colher de chá de sal
  • 500 ml de leite
  • 3 colheres de sopa de óleo
Instruções
  1. Em uma tigela funda, bata com um fouet ou um garfo os ovos com o açúcar e o sal até que se forme uma mistura homogênea (ou seja, não precisa bater muito).
  2. Adicione 200 ml de leite (dos 500 ml originais) e misture.
  3. Adicione toda a farinha e misture até formar uma massa consistente.
  4. Com a ajuda de uma colher de pau, vá adicionando o restante do leite até que forme uma massa bem liquida. Adicione o óleo e deixe descansando na geladeira por cerca de 1 hora.
  5. Em uma frigideira anti-aderente, adicione umas gotas de óleo e espalhe-o pela frigideira toda com a ajuda de um pedaço de papel toalha.
  6. Leve a frigideira ao fogo para que aqueça e quando estiver bem quente, adicione rapidamente uma concha pequena de massa, ou quantidade suficiente para formar uma camada fina de massa na frigideira.
  7. Espere cerca de 1-2 minutos ou até ver que as bordas da massa já estão cozidas. Então, com a ajuda de uma espátula ou garfo, vire a massa e deixe cozinhar do outro lado por mais 1-2 minutos.
  8. Reserve as massas cozidas em um prato.
  9. Repita esse procedimento até que toda a massa tenha sido utilizada, e recheie com o recheio de sua preferência.

 

Um dia em Moscou

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Há um ano, mais ou menos, participei da gravação de um programa muito legal da Band chamado O Mundo Segundo os Brasileiros aqui em Moscou.

E como não poderia deixar de ser, eu passei quase a maior parte do meu tempo do programa falando de… comida! 🙂

Pra quem ainda não viu, fica a dica do vídeo abaixo — a minha parte começa perto de 36:30.

Se estiverem planejando viajar pra esse cantinho do planeta, esperem que nas próximas semanas pretendo fazer um post com os meus restaurantes favoritos daqui (como o I Love Cake, da singela foto abaixo 😉 ).

I Love Cake Moscou