Estamos de volta!
Como eu comentei com vocês na semana passada, fui passar 10 dias em Seoul e em Pequim por causa de um master feriado que tem aqui na Russia durante o mês de maio. Essa foi a primeira vez que visitei a Ásia “de verdade” (eu já tinha ido pra Índia num casamento ano passado, nessa mesma época) e confesso que foi uma experiência um pouco… estranha 🙂
Quando me mudei pra Russia em 2011, eu sabia que muitas coisas no meu dia a dia iriam mudar, mas como eu já falava o idioma e já tinha alguma noção de como as coisas funcionam do lado de cá, não foi muito assustador. Foi um pouco estranho também, mas pelo menos eu conseguia me entender com as coisas mais basicas como ir ao supermercado, pegar metrô e tal. Com o tempo as coisas foram se ajeitando e em questão de mais ou menos um ano eu já vivia (quase) normalmente, como no Brasil. Algumas diferenças, como o inverno, são inevitáveis. Então prefiro encará-las como uma nova skill adquirida e não como diferença no meu dia a dia. A verdade é que eu como praticamente as mesmas coisas do Brasil (menos palmito… ai, ai), faço as mesmas coisas que eu fazia em casa e não sinto falta de quase nada do meu antigo cotidiano 🙂
Só que dessa vez, eu não entendia absolutamente nada do lugar — nem língua, nem cultura, nem nada. E olha, vou dizer que não é nada fácil. Você se sente meio alien, porque além de todo o mundo olhar pra você (a gente se perguntava, brincando, como que eles sabiam que a gente era de fora 😛 ), você não entende nada do que está escrito, do que se fala e tudo o mais. Admiro muito quem se muda pra um lugar assim, porque olha, não é fácil não!
Fora isso, os coreanos e chineses são extremamente agradáveis, amigáveis (o que é algo que falta por aqui, por exemplo…) e estão dispostos a ajudar você no que for preciso — incluindo falar inglês com você –, então apesar da estranheza, me senti muito bem acolhida e recebida nos dois países.
Eu imagino que muita gente imagina essa situação no meu caso, quando digo que mudei de mala e cuia pra Russia. Parece que sim, mas não é. A língua realmente é diferente e sim, você *precisa* aprendê-la — do contrário você não consegue nem sair de casa –, a cultura é um pouco (erm… muito) estranha, mas apesar dos pesares a Russia é um lugar com um pezinho no ocidente muito mais do que se pensa (e pra dizer a verdade, mais até do que eu pensava antes de ir pra Ásia). Tudo bem que em muitos casos, o padrão “ocidental” aqui é quase tido como um luxo, mas é algo que está por todos os lugares.
Uma das primeiras coisas que eu reparei da primeira vez que vim aqui pra Russia, é que algumas comidas não são muito diferentes do que a gente está acostumado. E uma delas é blini.
Blini, ou panquecas russas, são muito parecidas com os crepes que estamos acostumados a comer por aí e são primas próximas das nossas panquecas.
Elas são costumeiramente consumidas com sour cream e caviar, mas recheios de carne ou recheios doces também são bem comuns. Ao contrário do que a gente está acostumado, blinis salgadas raramente são servidas com molho de tomate. Blinis com carne geralmente são servidas com sour cream ou ketchup.
Sim, ketchup, meus amigos.
No outro espectro do assunto, considerando as comidas estranhas, está o costume de eles usarem ketchup como um molho “normal” pra macarrão, salada, pizza, etc… vai entender!
Por outro lado, leite condensado é super comum por aqui, e doce de leite (aka leite condensado cozido) é um recheio comum pra blini doce. Vai entender!
Vocês aí no Brasil podem recheá-las do jeito que preferir: com doce de leite, carne, frango, frutas…
Por aqui testei um recheio de frango super gostoso e um de maçã, que já coloco a receita pra vocês. Enquanto isso, usem a imaginação! 🙂
- 3 ovos
- 280g de farinha
- 1 colher de sopa de açúcar (adicione mais uma se for fazer blini doce)
- 1 colher de chá de sal
- 500 ml de leite
- 3 colheres de sopa de óleo
- Em uma tigela funda, bata com um fouet ou um garfo os ovos com o açúcar e o sal até que se forme uma mistura homogênea (ou seja, não precisa bater muito).
- Adicione 200 ml de leite (dos 500 ml originais) e misture.
- Adicione toda a farinha e misture até formar uma massa consistente.
- Com a ajuda de uma colher de pau, vá adicionando o restante do leite até que forme uma massa bem liquida. Adicione o óleo e deixe descansando na geladeira por cerca de 1 hora.
- Em uma frigideira anti-aderente, adicione umas gotas de óleo e espalhe-o pela frigideira toda com a ajuda de um pedaço de papel toalha.
- Leve a frigideira ao fogo para que aqueça e quando estiver bem quente, adicione rapidamente uma concha pequena de massa, ou quantidade suficiente para formar uma camada fina de massa na frigideira.
- Espere cerca de 1-2 minutos ou até ver que as bordas da massa já estão cozidas. Então, com a ajuda de uma espátula ou garfo, vire a massa e deixe cozinhar do outro lado por mais 1-2 minutos.
- Reserve as massas cozidas em um prato.
- Repita esse procedimento até que toda a massa tenha sido utilizada, e recheie com o recheio de sua preferência.